Entre os gritos dos vendedores ambulantes, sob o sol escaldante de quase 40 graus na Praia do Farol da Barra em Salvador/BA – encontrei uma senhora que protegida por um boné, lenço, cercada de baldes com água e um olhar fixo oferecia o seu serviço para os turistas que subiam as escadarias com os pés melados de areia.
Uma senhora educada, que falava baixo, generosa e que não se limitava ao lucro.
A senhora: – “Posso limpar os seus pés!? Qualquer agrado é bem vindo!”
O mercado aceita com muita gratidão as pessoas que usam a generosidade nos negócios – dar e partilhar acima de qualquer interesse ou utilidade. Limpar os pés dos turistas praieiros trata-se de um serviço de valor positivo – pela localização estratégica, por reconhecer as necessidade do próximo e ofertar uma ação de agrado.
Sem torneiras próximas e tendo que transitar pela areia fina – as pessoas que pisavam nas escadarias e se aproximavam da senhora generosa – se sentiam satisfeitos.
A retribuição era através de sorrisos, abraços e gorjetas (nacional e internacional).